segunda-feira, 11 de maio de 2009

Você me vê linda, sou sua catarse fem...


Você me vê linda, sou sua catarse feminina, delicadeza enrustida, entendimento de entrelinhas, colo macio morno farto, que contradiz minha estante de livros clássico velho empilhado sem desorganização proposital intenção e dolo de ser beatnik austero obrigatório intelectual vinil raro blues jazz versão inédita som indie rock erudito regional de garagem fluente em inglês, alemão, aprendendo francês, devoradora de películas iranianas e festivais pra vomitar em uma roda de bar acompanhada de você embasbacado boquiaberto babaca que não tira os olhos dos meus dedos longos e finos elegantes demais pros meus cigarros de macho. Você me acha blasé e disfarça mal. sou o realismo do seu sonho em p&b. contrafluxo dos pensamentos e raciocínios seus corretos tão justos limpos comuns assépticos engravatados que extinguem clowns artistas manuscritos originais alimentam memórias RAM winchester a exame e a gazeta mercantil, engordam a fila dos que cospem em mim no shopping center super inque. Você freqüenta sem segurar minha mão ou olhar pra mim perdendo-se em palavras que te obrigo a dizer sem treinamento em Rh. olhos nos olhos e não no e-mail que você sabe que não vou ler.

Você me acusa de vazia e perdedora. sou todo o fracasso seu escondido atrás de sua ira sem alvo. eu sou o conjunto das frustrações e fantasmas aglomerados desorganizados em fila nada indiana pra irritar seu senso de ordem, pra lembrar das suas dores e traumas não resolvidos que agonizam incomodam perturbam exibem-se desnudam-se obscenos e sim que Você precisa não ver senão morre e mata.sou cada pergunta que não lhe lava a alma, mói nervos, lhe faz suarem bochechas pateticamente vermelhas um riso torto mal desenhado.Você não sabe por que está deitado ao meu lado se tudo ao redor deveria ser ordem progresso social-democracia casa própria carro sucesso de Lair Ribeiro segurança pra lhe salvar dos pobres fedidos que vê na rua. um nó no peito meio amorfo dolorido indesejado. Você precisa viver em constante fuga.

Você diz que sou louca varrida gostosa ingênua. sou a utopia que Você decidiu esquecer. mamãe se eu for presidente vou acabar com a tristeza do mundo.sou a lembrança teimosa da sua inocência a confirmação do desvio, o apito de wrong answer.o cadáver da sua consciência o oposto do atalho que Você escolheu.sou seu lego pra montar criança pra ensinar mulher pra foder.sou uma voz sem som um olhar ensurdecedor,sua meta do ano é me transformar numa dama de fino trato,digna de figurar nas colunas sociais,morrer envenenada pelas decadentes matriarcas das mais tradicionais famílias,ser trocada quando o brinquedo ficar sem peça a pilha acabar. VOCÊ me quer submissa às suas regras, sou avessa a ordens e castigada pela insubordinação, alguém que padece aos poucos. VOCÊ é tão maior do que eu. não lhe trago memória, cheiro de gente idéia, sangue, palavra alguma.VOCÊ nasceu imune a todas as armas vacinas remédios sentimentos dor.sou a imagem viva da sua onipotência e auto-suficiência e morta serei a prova da sua impiedade.

você, Você, Você, Você, VOCÊ são o mundo o mundo o imundo.





 



 



 



 



Nenhum comentário:

Postar um comentário