Convento de Monchique hoje é ruína
Um dos marcos do desenvolvimento de Portugal e símbolo do amor na literatura está abandonado
O Convento de Monchique, ou Convento da Madre de Deus de Monchique, é um dos marcos do desenvolvimento de Portugal e da religiosidade do local. É também um símbolo de poesia e encanto, símbolo do amor mais puro e nobre que algum dia se escreveu em Portugal. A história de amor proibido em “Amor de Perdição”, escrita por Camilo Castelo Branco, tem seu fim emblemático com a visão de Teresa de Albuquerque – presa no convento – e Simão – no navio a caminho do degredo. Teresa não aguenta de saudade e morre na janela de seu quarto, ao ver a cena Simão também morre em pleno mar.
Mas todas as histórias que envolviam o convento se perderam com seu abandono. Usado como moradia de Pero da Cunha Coutinho e Brites Vilhena as instalações viraram convento porque o casal não tivera filhos. Antes disso, o pai de Coutinho, Fernão, teve que obter permissão do governo português para construir a moradia, já que não se aceitavam nobres nos arredores do Porto.
O convento ampliado abrigou as religiosas franciscanas e ganhou o nome de Convento da Madre de Deus de Monchique, fundado em 1533. O monumento expandia-se desde o cimo de Monchique até ao rio, numa sucessão de edifícios que se completavam. A grandiosidade e imponência era tanta que muitos nobres e influentes de várias épocas destacaram as suas composições.
Durante três séculos o Convento cumpriu sua função até ser considerado raridade, um primor da arte; no final do século XVIII estavam em seus aposentos 70 religiosas professas, muitas seculares e o número de serventes excedia as 100. Após a extinção das ordens religiosas em 1834, o convento ficou abandonado sendo vendido em hasta pública.
As peças que compunham o convento, e principalmente a igreja que a ele pertencia, foram sendo destruídas ou saqueadas. Depois de ser reconhecida como Jóia de Arte, os responsáveis pela sua conservação transformaram a igreja do Convento em depósito de pólvora, e mais tarde foi Casa da Moeda. Depois disso, outras Igrejas começaram a pedir os altares e a talha, para se alindarem a si próprias. O pórtico encontra-se hoje nos jardins do Museu de Soares dos Reis, onde pode ser admirado, bem como a lápide funerária dos fundadores. O sétimo altar, aquele que foi escolhido como muito belo, foi levado para decorar a Capela do Hospital Militar de Dom Pedro V, mas não mais existe; em 1918 um pavoroso incêndio destruiu toda a parte frontal do Hospital Militar, onde estava a Capela e o altar.
De todo o monumento que foi o Convento de Monchique, resta hoje, ainda em muito sofrível estado de conservação, o refeitório. O resto está caindo em ruínas. Depoimentos dizem que o Convento em Monchique hoje é ameaçador e sinistro, onde ainda um alpendre gigantesco e a imagem enorme de uma santa arrepiam quem por ali passa de noite.
Ingrid,
ResponderExcluiro texto está impecável e a proposta de abordagem também é muito interessante. Em relação à estruturação dos links, o que foi feito está correto. Porém, poderia ter abusado mais de tal recurso diante da riqueza de informações trazidas no post. De qualquer forma, está de acordo com o que foi pedido. Parabéns.
As suas fontes enganaram-no ao incêndio que devastou o corpo do convento principalmente a parte que diz respeito aos dormitórios e ao refeitório, esse incêndio foi no inicio dos anos 90 do século passado, e ainda é propriedade da Sociedade Clemente Menéres. E não está ao abandono, porque há tentativas de reabilitar o espaço.
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